Imagens: Reprodução
Durante décadas, os humanos devastaram a paisagem natural da Ásia, cortando árvores para construir resorts de luxo nos locais mais bonitos e enjaulando animais selvagens para atrair turistas.
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O arquiteto de hotéis de Bangkok, Bill Bensley, está dizendo “basta”. Um cliente se aproximou dele e propôs o projeto de um resort que incluía um zoológico em Wuchuan, na província de Guangdong, no sul da China. O Bensley fez uma contraproposta inusitada: vamos enjaular os humanos e deixar os animais exóticos vagarem livremente.
Parece loucura? Bensley é conhecido por ideias fora do comum, tanto que foi chamado de “Willy Wonka do design de hotéis”.
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No resort Shinta Mani Wild, no Camboja, a ideia é que os hóspedes cheguem através de uma tirolesa de 380 metros sobre o deserto do South Cardamom National Park e são convidados a participar de patrulhas contra a caça furtiva da Wildlife Alliance.
Mas ele não está fazendo as coisas simplesmente pelo fator de choque. Bensley se preocupa profundamente com o que os humanos estão fazendo com o planeta. Ele tem sorte de que sua aptidão para o design significa que cadeias de hotéis ricas e tradicionais querem investir em sua criatividade ecológica.
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Bensley, de 61 anos, diz que a primeira fase do projeto WorldWild, de oito anos, que consistirá em vários hotéis de marca de luxo, deve ser inaugurada em 2023. As gaiolas para humanos serão, na verdade, 2.400 quartos de hotel, com um orçamento médio de um milhão de dólares (R$ 5 milhões) por quarto.
No entanto, o arquiteto californiano se entusiasmou ao saber que, após uma reunião com o chefe do Partido Comunista do Sul da China “e sua comitiva de 47 pessoas”, ele aprovou a ideia de realocar animais maltratados de zoológicos de toda a China para serem soltos no território do empreendimento, de aproximadamente 2.000 hectares de terra, onde o zoológico humano estará localizado.
“É muito complexo e, também, é muito político”, diz Bensley.
Para ajudar a tornar sua visão uma realidade, Bensley contratou um zoólogo em tempo integral. Um vislumbre de seu gloriosamente ilustrado “plano diretor geral” mostra como a reserva apresentará savanas individuais da Ásia, África e Austrália para os animais viverem em seus “habitats naturais”.
Haverá exames de doenças no centro de reabilitação e de chegada de animais para as dezenas de animais que eles esperam resgatar, incluindo macacos asiáticos de nariz vermelho, cervos de almíscar da floresta chinesa, tartarugas alongadas, rinocerontes brancos e tartarugas australianas.
O WorldWild terá exposições sobre o comércio ilegal de animais silvestres e experiências como caminhadas no topo de árvores por uma densa floresta de macacos e uma pintura rupestre indígena na Austrália.
Os animais têm acesso a 95% da terra e os humanos os 5% restantes – em hotéis da Waldorf Astoria, da coleção Shinta Mani, do Hilton, e Bensley.
Ao redor do parque, ele também planejou quatro trens diferentes: Expresso Oriental, Tigre da Tasmânia, Cavalo de Ferro e Rainha da África.
Ele espera que os visitantes estrangeiros voltem para casa e divulguem o uso da hospedagem para conservar áreas em outras partes do mundo.
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