O que você faz se não conseguir tomar a vacina em seu país? Aqueles que podem pagar estão viajando milhares de quilômetros para receber a imunização contra Covid-19.
Enquanto a maioria dos países está protegendo seus próprios cidadãos primeiro, alguns estão permitindo que qualquer viajante que esteja disposto a pagar voe para receber a vacina.
Ana Benavente, diretora executiva da Air Charter Service na América do Sul – líder global em fretamentos de jatos executivos, fretamentos para companhias aéreas e de carga – esclarece que destinos como Caribe, Cancun, Anguilla, Punta Cana, Liberia e Providenciales estão sendo bastante buscados como escala para a entrada nos Estados Unidos, principalmente em Miami, para que seja recebida a vacinação.
“São, pelo menos 15 dias de estadia no local de ‘escala’ para cumprimento de quarentena. A estadia no destino final, como Estados Unidos, varia de acordo com cada cliente. Para destinos como Providenciales onde se pode entrar sem quarentena, as solicitações são para viagens com estadia de menos de uma semana”, esclarece Benavente.
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Além disso, existem os casos das pessoas com dupla cidadania, que têm recebido a imunização em diversos países para que a economia local se restabeleça. É o caso da brasileira Solange Rego, de 55 anos, que tem cidadania portuguesa e mora na Inglaterra há 3 anos. Solange compartilha como foi sua experiência de vacinação sendo imigrante:
“Assim que cheguei na Inglaterra, em março de 2018, fiz toda a minha documentaçãoo inglesa, então tenho direito de morar, trabalhar, estudar, tenho acesso aos fundos públicos e serviços, ou seja, tenho acesso ao NHS (National Health Service – sistema de saúde inglês). Recebi uma mensagem pelo meu celular, dizendo que estava elegivel para tomar a primeira dose da vacina contra o COVID-19, pediram somente para que eu ligasse para agendar o dia e a hora. Foi tranquilo, não enfreitei fila, o rapaz que aplicou fez algumas perguntas, como ‘voce tem a alergia a algum medicamento ou comida’, perguntou também se eu tinha tomado algum remedio antes. Ele aplicou a injeção no braço que eu escolhi e, depois disso, deu um cartão de vacina, juntamente com dois papéis, um dizendo que terei de agendar a segunda dose; e o outro dizendo ‘o que é a Vacina AstraZeneca, para que serve, quais os avisos e precauções; e o que eu preciso saber antes de receber a vacina’.
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É o início do turismo de vacinas! A seguir, um panorama geral, feito pela CN Traveller, de quem está indo para onde com o objetivo de receber a vacina contra COVID-19:
Indianos para Dubai
Indianos ricos com vistos de residência em Dubai estão indo para Dubai para “férias de vacinas”, de acordo com o Economic Times. Por quê? Alguns indianos querem tomar a vacina Pfizer, e não as vacinas disponíveis em seu país. A tendência começou em março, quando Dubai permitiu que indianos com visto de residência se inscrevessem para obter uma vaga. Enquanto a maioria dos viajantes indianos está atualmente banida dos Emirados Árabes Unidos, o país deixou uma brecha para residentes locais, diplomatas e viajantes que chegam em um pequeno jato executivo.
Sul-africanos para o Zimbábue
Devido ao lento processo de vacinas na África do Sul, alguns cidadãos estão indo para o Zimbábue para tomar a vacina. Enquanto os zimbabuanos recebem a vacinação de graça, os estrangeiros podem ser vacinados no país apenas se estiverem dispostos a pagar, anunciou o governo no mês passado. O Zimbábue autorizou o uso de quatro vacinas COVID-19 – Sinopharm e Sinovac da China, Sputnik V da Rússia e Covaxin da Índia. A moralidade do turismo de vacinas no Zimbábue gerou um debate nas redes sociais.
Canadenses e latino-americanos para os Estados Unidos
Nos Estados Unidos, diferentes estados têm regras diferentes para a vacinação. Enquanto alguns estados como Illinois e Nova Jersey exigem prova de residência, muitos outros, como Texas, Califórnia, Colorado, Nevada e Michigan não exigem tal prova.
A fácil disponibilidade de vacinas em algumas partes do país está atraindo muitos latino-americanos e canadenses que não conseguiram se vacinar devido à lentidão e à escassez. Jatos particulares, carros, ônibus – os latino-americanos estão usando todos os meios possíveis para ir aos Estados Unidos para uma vacina, de acordo com o USA Today.
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Nas últimas semanas, dezenas de milhares de pessoas, incluindo políticos, estrelas do esporte e celebridades, voaram do México, El Salvador, Venezuela e outros países latino-americanos para a Flórida para ter uma chance de agilizar a imunização.
Na semana passada, Miami Beach organizou uma cabine de vacinação fornecendo uma dose única gratuita da Johnson & Johnson. Os visitantes foram obrigados a se registrar online, mas nenhuma prova de residência foi exigida. Mas, depois de uma onda de turistas para vacinas, as autoridades da Flórida anunciaram que o estado tornará a prova de residência obrigatória.
Muitos canadenses também estão voando para o sul para serem vacinados. Enquanto quase um terço dos americanos foram vacinados, 3% da população do Canadá foi vacinada até então.
Europeus para Moscou
A World Visitor, uma empresa de viagens norueguesa, está oferecendo um pacote que inclui voar para Moscou para receber o Sputnik V. World Visitor disse à National Geographic que cerca de 600 pessoas da Alemanha e da Suíça, os dois países europeus que atualmente têm voos para a Rússia, se inscreveram para essas viagens. Por € 1.199 (R$ 7.6 mil), um turista pode fazer duas viagens em um mês, e por € 2.999 (R$ 19 mil), os clientes podem desfrutar de uma estadia de luxo em um resort de bem-estar russo, recebendo uma dose no início e outra no final do a viagem. Outra opção no pacote inclui uma viagem a um hotel spa na Turquia entre as duas doses. Em breve, o aeroporto de Moscou receberá um centro de vacinação.
Turismo de vacinas
As conversas sobre o turismo de vacinas como forma de impulsionar a economia já existem há algum tempo. Uma imunização combinada com um feriado incentiva os candidatos à vacina a reservar voos, hospedar-se em hotéis, comer e fazer compras. E se eles decidirem ficar para as duas doses, isso significa apenas mais dinheiro para a economia. As Maldivas são um dos primeiros países a anunciar oficialmente seus planos de oferecer vacinas aos visitantes, uma vez que grande parte de sua população local foi imunizada.
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