‘Passaportes pandêmicos’: milionários compram documento para migrar para países com mais controle do coronavírus

Os viajantes milionários estão investindo em passaportes de diversas cidadanias para fugir de proibições dos países que fecham suas fronteiras para tentar combater a pandemia de Covid-19.

Imagens: Reprodução

Um casal britânico comprou dois bilhetes de primeira classe de US$ 12.000 (mais de R$ 60 mil) para fugir de Londres para Barbados, mas eles estavam tão preocupados com o possível cancelamento do voo pela companhia aérea que pagaram US$ 125.000 (mais de R$ 625 mil) para fretar um jato particular.

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Os mais ricos do mundo estão adquirindo várias cidadanias por investimento em países ao redor do mundo para garantir que possam viajar para qualquer lugar ensolarado livre do coronavírus, caso um segundo pico de infecções por Covid-19 desencadear outro bloqueio global.

Aumento de procura por cidadanias

A Henley & Partners, uma corretora de cidadania sediada em Londres, mostrou que seus números mais recentes tiveram um aumento de 42% no número de pessoas que solicitam formalmente uma nova nacionalidade durante os primeiros três meses de 2020. O número de consultas aumenta em 25%.

Então, o que exatamente está convencendo as pessoas de alto patrimônio líquido de que precisam de um plano de fuga? De acordo com um multimilionário italiano que critica a forma como o governo administra a pandemia, a decisão se reduziu a dois fatores: o desempenho variável dos serviços nacionais de saúde e o fechamento das fronteiras nacionais, que dividiu as famílias.

“Queremos saber que existe um lugar seguro, com bons serviços médicos, que toda a família pode ir a curto prazo, se precisarmos”, disse o milionário. “Somente a cidadania pode garantir isso.” Os países que fecharam fronteiras continuaram a admitir cidadãos voltando para casa. A maioria das companhias aéreas nacionais mantém alguns voos para as principais capitais.

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Países mais desejados

Os “passaportes pandêmicos” ou programas de residência permanente mais populares são os da Austrália, Antígua, São Cristóvão e Nevis, Tuvalu, Vanuatu, Áustria, Suíça, Portugal, Chipre, Malta e Montenegro. Todos oferecem nacionalidade ou residência permanente em troca de uma doação direta ao tesouro nacional ou investimentos em propriedades ou empresas locais. Pode custar apenas US$ 100.000 (mais de R$ 500 mil) por membro da família no Caribe, passando de 1 milhão para 2 milhões de dólares (cerca de R$ 10 milhões) em Malta e Chipre, para US$ 7,6 milhões (R$ 40 milhões) na Áustria.

A Austrália e a Áustria são particularmente atraentes porque possuem serviços nacionais de saúde de alta qualidade, e o governo de cada país agiu rapidamente para limitar a propagação do vírus. O Reino Unido, que tem sido um ímã para os milionários nos últimos anos e oferece residência – mas não um passaporte – em troca de investimentos de vários milhões, não é considerado um porto seguro, por ter reagido lentamente à ameaça e falhando em garantir que o Serviço Nacional de Saúde esteja adequadamente preparado.

Motivo de liberação dos passaportes pandêmicos

Embora ter fundos para comprar várias cidadanias dê aos ricos uma vantagem em proteger sua saúde e estilo de vida, as taxas e impostos que pagam são uma fonte de capital necessário para governos pressionados que agora precisam arrecadar fundos para pagar programas de resgate econômico emergencial Covid-19. Países que dependem do turismo precisam de novas fontes de fundos e cidadania por investimento é uma das opções.

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